12.20.2008

As Rendeiras (de bilro) de Saubara - Bahia/BR


Saubara tem pouco mais de 12.000 habitantes e fica no Recôncavo Bahiano, a 120 km de Salvador. Sua população tradicionalmente vive do mar. Os homens, da pesca e as mulheres, do marisco. As rendeiras da Associação de Artesãos de Saubara ainda complementam seu ganho com a renda de bilro. Maria do Carmo, coordenadora da Associação, confessa que seu coração fica a cada tempo mais apertado, pois a catação de mariscos já não dá mais como antes. A proximidade com a metrópole (Salvador), a degradação ambiental e a catação descontrolada apontam para a insustentabilidade desta tradicional atividade dessa população.
panorâmica do recôncavo/baia de todos os santos
v. mapa à esquerda
o mangue ou maré
catação de mariscos

As rendeiras de Saubara aprendem a fazer renda ainda em criança, com as outras mulheres da família, da mesma forma como aprenderam a catar mariscos. A Associação das Rendeiras data dos anos 80, desde quando o grupo começa a se organizar e a ter apoio de entidades e do poder público. Organizando-se, as rendeiras definiram como princípios do grupo atitudes que já orientavam sua atividade desde sempre. Adotaram a preservação da tecelagem em seu formato mais tradicional e o trabalho solidário como propostas.
a sede da associação

As rendeiras sistematizaram o universo de pontos que chegaram até elas geração após geração e definiram também a utilização exclusiva da linha fina de algodão e a predominância da cor branca na confecção de seus produtos. Encontram-se cientes de que optaram por trabalhar na contramão do difícil mercado da renda artesanal atual mas insistem na sua posição de guardar a tradição.
Encontramos as
rendas de bilro de Saubara nas feiras de artesanato de Salvador e outras feiras interestaduais, mas também podemos entrar em contato e encomendar diretamente na
CASA DA RENDEIRA :
Fone +55 075 3696-1895
Rua Francisco Borges dos Reis, s/n°
CEP 44220-00 - Saubara - Bahia/Brasil
mostruário dos pontos tradicionais da renda de bilro




rendeira trabalhando, fazendo pique e a almofada
sem a colaboração de M. Teresa de Sousa Aranha o contato e esta postagem com as rendeiras de Saubara teriam sido impossível

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns por essa bela reportagem sobre a renda bahiana. Essa arte ainda praticada pelas mãos de nossas fadas rendeiras.